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Psicologia  e espiritualidade: Complementares no tratamento da saúde emocional

30 de outubro de 2023

Psicologia  e espiritualidade: Complementares no tratamento da saúde emocional

Você já pensou que psicologia e espiritualidade podem ser aliadas no tratamento de saúde?

Tem se tornado cada vez mais comum em todo o mundo sacerdotes, religiosos e religiosas enfrentarem problemas de saúde emocional, como transtorno de ansiedade e depressão. E nesses casos, unir psicologia e espiritualidade é o caminho para se libertar desse sofrimento ou aprender a lidar com ele.

Vamos entender como isso funciona!

Os desafios da saúde emocional da vida consagrada

Talvez o maior desafio da atualidade para a vida consagrada seja o sacerdote, religioso ou religiosa compreenderem que não são pessoas imunes às doenças emocionais. E somado a isso, quando se encontra em sofrimento, pedir ajuda.

Neste sentido, Vicente Gomes de Melo Filho, Psicólogo Clínico no Centro Âncora, conta que, como qualquer pessoa da sociedade, a vida consagrada demonstra resistência quando o assunto é a saúde emocional. Essas dificuldades, ele aponta, estão “em falar de si, de aceitar que precisa de ajuda, de entrar em terapia e de usar medicamento, caso necessário”.

Mas no caso específico de sacerdotes, religiosos ou religiosas, existem ainda outros agravantes. De acordo com Vicente, são eles: “resistência em aceitar a sua limitação, o medo de ser um contra testemunho, só porque tem um sofrimento psíquico ou físico, quando não um sentimento de não ter mais vocação”. E ainda explica: “É como se ele ou ela devesse dar testemunhos através do não adoecimento”.

Neste sentido, afirma Vicente: “custa mais aos religiosos e sacerdotes aceitar que também são vulneráveis como qualquer ser humano e que, portanto, necessitam de cuidado”.

E esse cuidado não é algo que desmereça ou diminua a vocação. Pelo contrário, pode dar vivacidade, já que muitas vezes a depressão e ansiedade roubam a alegria da vida consagrada. E é neste sentido, para recuperar a autoestima, a ternura e a alegria, que psicologia e espiritualidade trabalham juntas. 

Psicologia e espiritualidade no Centro Âncora

O Centro Âncora foi criado com o propósito de ajudar exclusivamente sacerdotes, religiosos e religiosas a cuidarem da sua saúde emocional e espiritual. É o ambiente no qual a vida consagrada encontra todas as condições necessárias para passar por um processo de revitalização de sua saúde, bem como encontrar oportunidade de se dedicar a seu crescimento espiritual.

Vicente conta que, para isso, existe dentro do Centro Âncora toda uma estrutura de celebrações litúrgicas, inclusive com retiro mensal, condizentes com o ritmo da essência da vida religiosa. Além disso, a vida consagrada também tem a oportunidade de fazer um acompanhamento espiritual a cada 15 dias, pelo menos. E Vicente afirma: “É comum eles (ou elas) relatarem que, durante o processo, resgataram a sua vida de oração!”.

E unindo psicologia e espiritualidade, os ancorinos – que são aqueles que estão passando por um processo de revitalização – recebem atendimento em psicoterapia individual e em grupo.

“O atendimento individual busca abrir um espaço significativo onde o sujeito possa entrar em contato consigo mesmo, recontando a sua história e se localizando melhor dentro dela, de modo a planejar possíveis movimentos no sentido de melhorar as suas relações consigo e com o seu entorno”, explica o psicólogo do Centro.

E sobre a terapia em grupo, Vicente explica que isso “amplia todo esse atendimento, refletindo temas nestes níveis, além de variadas dinâmicas que possibilitam uma partilha também em níveis mais profundos”.

Leia também: A revitalização da vida consagrada no Centro Âncora

Psicologia e espiritualidade para tratar doenças de ordem psíquica ou física

O Psicólogo Clínico conta ainda que os profissionais de saúde, psicólogos e psiquiatras do Centro Âncora procuram sempre na história do paciente as razões de seu adoecimento. E considera: “Uma enfermidade é sempre uma enfermidade!”

Portanto, de acordo com Vicente, uma doença “pode ser de ordem psíquica, que reflete no físico; ou de ordem física, que reflete no psíquico”.

No entanto, ao deixar de lado o preconceito por sofrer de uma doença emocional e ao buscar unir psicologia e espiritualidade, a vida consagrada pode encarar seu sofrimento de uma forma sobrenatural.

Neste sentido, explica Vicente, “o aspecto sobrenatural está na forma como a pessoa encara essa enfermidade”. Ele conta que há, entre aqueles que buscam tratamento, aqueles que “crescem muito espiritualmente”, mediante uma “ampliação de consciência”, junto com uma “desidentificação” da doença. E isso “leva a pessoa a obter uma cura, quando a cura é possível, ou a enfrentar o fato de não ter cura e de ter que conviver com a cronicidade da mesma”.  

De fato, o psicólogo ressalta que “o adoecimento em todos os níveis é um fator que nos coloca frente ao limite da vida”. E isso por si só, segundo ele, “pode ajudar a pessoa a se conectar mais com os aspectos transcendentes de sua fé, agora pela própria experiência”. Mas ele esclarece que esse caráter transcendente/sobrenatural ao próprio sofrimento “é sempre a própria pessoa que vai dar”. E que “o profissional a ajudará a colocar cada coisa em seu lugar”.

Enfim…

Psicologia e espiritualidade podem ser dois importantes e necessários aliados na revitalização da vida consagrada em sofrimento. E quanto antes essa ajuda é solicitada, antes se recupera não apenas a saúde, como também a alegria da vocação e da espiritualidade.

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